É nas dificuldades que os bons se destacam. A frase pode até ser “lugar comum”, mas na pecuária tem ligação direta com a gestão dos negócios. No pior ano safra dos últimos 20 anos, o Centro de Pesquisa Nutripura (CPN), localizado no município de Pedra Preta (MT), ficou entre as dez propriedades mais rentáveis e entre as cinco mais produtivas de um universo de mais de 500 fazendas localizadas no Brasil, Colômbia, Bolívia e Paraguai.
O levantamento faz parte do Benchmarking Inttegra 2022/2023, lançado em outubro passado e que reúne dados sobre produção, custo, rentabilidade e sistemas produtivos. A pesquisa é realizada há 11 safras e já analisou dados de mais de 1500 propriedades e 6,6 milhões de cabeças de gado bovino.
Mais do que ranquear, o Benchmarking faz um raio-x da pecuária brasileira e é adotado como instrumento por produtores de todo o país. O CPN participa do projeto há alguns anos e sempre ficou entre as propriedades mais produtivas. Com bom retorno econômico, ficou nesta última safra entre as dez mais rentáveis também.
O diretor do Instituto Inttegra, Antônio Chaker, explica que o intuito do Benchmarking é identificar as atitudes, as iniciativas que viabilizam os bons resultados na pecuária. “Ao longo dos últimos 11 anos registramos o desempenho técnico das fazendas e nesta última safra houve a maior redução de preço desde a estabilização do Real. Mesmo diante deste cenário, o uso de estratégias que envolvem manejo, análise de custo e estratégias de venda podem melhorar o resultado”, explica Charker.
Para o gerente de pesquisa do CPN, Leandro Martins, estar entre as fazendas mais rentáveis se torna ainda mais relevante quando é levado em consideração o atual contexto do setor. “Estar entre as mais rentáveis mostra que as tomadas de decisão foram realizadas em acordo com perspectivas de mercado e com o cenário global e local da pecuária. Sempre conseguimos excelentes números relacionados à produção, mas o grande desafio é fazer com que o biológico e o econômico sejam otimizados ao mesmo tempo ”.
No CPN, é realizado o controle de todos os índices zootécnicos e econômicos, o que inclui planejamento no início da safra (julho), acompanhados durante todo o período produtivo e o fechamento dos dados ao final, que acontece no mês de junho do ano subsequente.
“Esse controle de dados permite que ocorra um aprendizado, no sentido de entender quais são os índices zootécnicos e econômicos que melhor influenciam o sucesso da fazenda e como isso pode ser adaptado e aplicado em outras propriedades”, explica Leandro.
No Benchmarking 2022/2023 foram analisados 1600 animais do CPN produzidos no sistema de recria e engorda, com recria a pasto e engorda em confinamento fechado. No período analisado, o custo médio da arroba produzida ficou em R$ 150 na produção a pasto e R$ 240 o custo médio da arroba produzida no confinamento. O preço médio de venda dos animais do CPN foi R$ 275 por arroba.
Com relação à produtividade a pasto, o CPN registrou a taxa de lotação média de 2,75 unidades animal por hectare (ua/ha), mais que o dobro da média nacional, estimada em 1,0 ua/ha. Se considerar o confinamento, esta produção sobe para 4,96 ua/ha. A produção global foi de 78,8 arrobas por hectare (@/ha) e a produção exclusiva a pasto foi de 29 @/ha.
Todos esses resultados são fruto de uma série de procedimentos de controle sanitário, manejo de animais e gestão adequada da produção, tanto no pasto quanto no confinamento.
“Um conjunto de ferramentas viabilizou alcançar esses números, que vão da gestão de negócios ao investimento em tecnologias. Na produção a pasto, nossos índices melhoram muito com a incorporação do KonectPasto para o manejo da pastagem. Conseguimos expandir e elevar a produção com os dados que o software oferece. No confinamento, a utilização de protocolos para nutrição de precisão e sanidade animal também têm impacto direto no índice de produtividade. Além disso, a gestão dos resíduos gerados no confinamento traz a possibilidade de mitigarmos um problema ambiental, ao mesmo tempo em que melhoramos a fertilidade dos solos da fazenda ”.
Mercado – Garantir a rentabilidade mínima na pecuária é fundamental para ter lucro, ou pelo menos mitigar os prejuízos. De acordo com Leandro Martins, ferramentas de gestão de preço, como seguro, trava de preço e hedge podem ser adotadas para reduzir riscos. “Para isso, porém, é preciso conhecer os números. Saber quanto custa para produzir cada arroba , quanto a propriedade deverá produzir, como é possível economizar e quanto preciso de margem na minha produção . Com isso, o produtor consegue travar o preço mínimo para ter lucro”.
De acordo com Leandro, o uso dessas ferramentas de mercado possibilitou que o CPN aumentasse a lucratividade e com isso viabilizou investimentos para a próxima safra. “Com a desvalorização atual do gado de reposição, principalmente do bezerro, será possível ampliar o rebanho devido ao saldo da safra passada”.
Modelo – A partir das pesquisas e dos resultados do Centro de Pesquisa Nutripura (CPN), o Grupo Nutripura adapta e replica o modelo de gestão de acordo com a necessidade e característica de cada cliente. Com atuação em todos os estados do Centro Oeste e em alguns da região norte , a Nutripura é hoje uma das principais empresas brasileiras de pecuária, que inclui desde indústria de insumos, revenda de produtos e consultoria de propriedades.
“O Sistema de Produção Sustentável praticado no CPN abrange todos os serviços que a Nutripura oferece aos seus clientes e inclui a boa gestão social, econômica e ambiental. Social devido ao número de pessoas empregadas num sistema intensificado de produção, boas condições de trabalho e aprendizado gerado e repassado. Econômico pois é totalmente rentável e produtivo, prova disso é o resultado do ranking do Inttegra. E por fim temos o pilar ambiental, onde temos toda a fazenda ambientalmente ajustada, desde o isolamento dos cursos d’água, passando por tratamentos de água derivada de oficina, limpeza de máquinas, área de abastecimento, refeitório e alojamentos, além de tratamento e uso dos dejetos gerados em áreas de confinamento através de fertirrigação e compostagem, e ainda destinação correta de todos os lixos gerados”.
Fonte: Assessoria de Comunicação Nutripura
