Mato Grosso é o principal estado produtor de carne bovina do Brasil. A maior parte da vida desses bovinos é no pasto, portanto, as pastagens devem ser bem manejadas. As plantas daninhas causam degradação da população de plantas forrageiras, em níveis de leve a crítico, sendo um desafio ao setor. Este artigo vai explorar como os herbicidas podem ser uma solução eficaz a fim de controlar plantas daninhas em pastagens.
Conteúdo
Desafios e Danos Causados por Plantas daninhas em Pastagens
Competição por Recursos
Plantas daninhas competem com o pasto por água, luz e nutrientes. Isso leva a redução na quantidade e qualidade do pasto. Estudos mostram que a competição pode diminuir o crescimento do capim em até 50%.
Redução da Capacidade de Suporte
A presença de plantas daninhas pode reduzir o número de bovinos que uma pastagem pode sustentar. Isso afeta diretamente a produtividade, rentabilidade e a pegada de carbono da fazenda.
Problemas de Saúde Animal
Algumas plantas daninhas são tóxicas aos bovinos. A ingestão dessas plantas pode levar a problemas de saúde, abortos e até mesmo à morte do animal.
Custo de Controle
O controle de plantas daninhas requer investimento em herbicidas, mão de obra e equipamentos. Isso aumenta os custos de produção? Na verdade o controle de plantas daninhas remente diretamente ao correto manejo das pastagens, elevado ganho média diário, elevado produção por hectare e por conseguinte maior rentabilidade.
Degradação do Solo
Plantas daninhas, como o capim capeta, têm raízes superficiais que não ajudam na estrutura do solo. Isso pode levar à erosão e degradação do solo a longo prazo.
Impacto na Biodiversidade
Plantas daninhas invasoras podem afetar a biodiversidade local. Elas deslocam outras espécies de plantas e podem afetar o equilíbrio do ecossistema, exemplo capim navalhão.
Principais Plantas daninhas no Brasil e Herbicidas Recomendados
Capim-amargoso (Digitaria insularis)
Herbicida Recomendado: Glifosato é comumente usado e a resistência está se tornando um problema. Herbicidas com princípios ativos como clethodim podem ser alternativas.
Buva (Conyza spp.)
Herbicida Recomendado: Dicamba ou 2,4-D são eficazes contra a buva, especialmente em plantas jovens.
Caruru (Amaranthus spp.)
Herbicida Recomendado: Produtos à base de atrazina são comuns, devem ser usados com cautela devido ao seu impacto ambiental.
Corda-de-viola (Ipomoea spp.)
Herbicida Recomendado: Glifosato é eficaz e deve ser aplicado quando a planta é jovem, sendo observado os melhores resultados.
Tiririca (Cyperus spp.)
Herbicida Recomendado: Halosulfuron-metil é eficaz contra tiririca e deve ser aplicado com cuidado de evitar danos a culturas próximas.
Capim-colchão (Digitaria spp.)
Herbicida Recomendado: Produtos à base de quinclorac são eficazes contra essa planta daninha.
Capim-massambará (Sorghum halepense)
Herbicida Recomendado: Glifosato é comumente usado e deve ser aplicado em estágios iniciais de crescimento, com eficácia máxima.
Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica)
Herbicida Recomendado: Produtos à base de atrazina ou pendimetalina são eficazes contra esta planta daninha.
Capim-navalhão (Paspalum virgatum)
Herbicida Recomendado: Produtos contendo nicosulfuron são eficazes no controle deste tipo de capim.
Cada tipo de herbicida tem suas próprias instruções de uso e restrições ambientais. Sempre leia o rótulo e siga as diretrizes de aplicação segura e eficaz.
Herbicidas: Uma Solução
Eficiência no Controle
Herbicidas são eficazes a fim de controlar plantas daninhas. Eles agem rápido e podem tratar grandes áreas. Isso ajuda a manter a pastagem saudável.
Tipos de Herbicidas
Seletivos: Combatem só as plantas daninhas. São mais usados em pastagens.
Não seletivos: Combatem todas as plantas. Uso mais restrito.
Aplicação Correta
Usar herbicidas da forma certa é crucial. Ler o rótulo e seguir as instruções garantem melhores resultados. Equipamento de proteção é necessário.
Custo-Benefício
Apesar do custo inicial, herbicidas podem ser um bom investimento. Eles ajudam a manter a pastagem produtiva. Isso aumenta a rentabilidade a longo prazo e diminui a pegada de carbono.
Menor Impacto Manual
Usar herbicidas reduz a necessidade de controle manual. Isso economiza tempo e esforço.
Prevenção e Controle de Plantas Daninhas: Economia de Tempo e Dinheiro
Evita Reformas Caras
Uma área com nível crítico de plantas daninhas muitas vezes precisa ser reformada. Isso é caro e demora. Devemos controlar as plantas daninhas antes que cheguem a esse ponto evita esses custos.
Mantém a Produtividade
Áreas bem cuidadas são mais produtivas. Isso significa mais lucro e menos gasto com reformas ou tratamentos.
Uso Eficiente de Recursos
Prevenir é mais barato que tratar. Menos herbicidas são necessários, o que também é bom ao ambiente.
Menos Interrupção
Reformar uma pastagem interrompe a produção. Isso não acontece se as plantas daninhas são controladas a tempo.
Valor da Terra
Uma pastagem bem cuidada mantém ou aumenta o valor da terra. Isso é bom no longo prazo.
Tipos de Herbicidas para Plantas Daninhas: Entenda as Diferenças
Seletivos
São feitos a fim de matar tipos específicos de plantas daninhas. Não afetam o capim ou outras plantas desejadas. São os primeiros a serem escolhido em pastagens, pois mantêm o capim saudável.
Não Seletivos
Esses herbicidas matam todas as plantas com que entram em contato. São usados em casos extremos e requerem muito cuidado na aplicação a fim de não prejudicar o capim.
De Contato
Esses herbicidas agem rápido e matam apenas a parte da planta que tocam. São úteis em plantas daninhas de crescimento rápido, contudo podem exigir novas aplicações, já que não matam as raízes.
Sistêmicos
Diferente dos herbicidas de contato, os sistêmicos são absorvidos pela planta. Eles circulam pelo sistema da planta e a matam por completo, incluindo as raízes. São eficazes e demoram mais para agir.
Pré-emergentes
São aplicados no solo antes da germinação das plantas daninhas. Criam uma barreira química que impede que as sementes germinem. São úteis em prevenir o crescimento de plantas daninhas em áreas recém-limpa.
Pós-emergentes
Esses herbicidas são aplicados depois que as plantas daninhas já cresceram. São eficazes em eliminar plantas visíveis e são geralmente usados em combinação com herbicidas pré-emergentes no controle completo.
Cada tipo de herbicida tem seu próprio modo de ação e tempo de mostrar resultados. A escolha do tipo certo é crucial no controle eficaz de plantas daninhas e ao minimizar o impacto na pastagem e no ambiente.
Como Usar Herbicidas Para Plantas Daninhas: Guia Detalhado
Leia o Rótulo
O rótulo do herbicida é a sua principal fonte de informação. Ele diz qual a dosagem correta, como misturar o produto e quais plantas ele afeta. Não seguir as instruções pode resultar em uso ineficaz e até mesmo em danos à pastagem e ao ambiente.
Equipamento de Proteção
A segurança é crucial. Use luvas de nitrilo, óculos de proteção e uma máscara a fim de evitar inalação. Alguns herbicidas podem ser tóxicos e o equipamento de proteção ajuda a minimizar riscos à saúde.
Preparo da Área
Antes de aplicar o herbicida, é importante conhecer a área que você vai tratar. Faça um mapa se possível. Identifique os tipos de plantas daninhas presentes a fim de escolher o herbicida mais eficaz. Calcule a área total a fim de saber quanto herbicida você vai precisar.
Aplicação
A aplicação deve ser feita com um pulverizador calibrado (https://www.instagram.com/jactobrasil/). Isso garante que o herbicida seja distribuído de forma uniforme. A altura e a velocidade do pulverizador devem ser ajustadas de acordo com as instruções do rótulo.
Tempo e Clima
O sucesso da aplicação também depende do clima. Evite aplicar herbicidas em dias de vento forte, pois isso pode espalhar o produto em áreas não desejadas. Também evite dias chuvosos, pois a chuva pode lavar o herbicida antes que ele tenha efeito.
Monitoramento
Após a aplicação, é vital monitorar a área tratada. Isso permite que você veja se o herbicida foi eficaz e se uma segunda aplicação é necessária. Tire fotos a fim de comparar o antes e o depois.
Descarte
O descarte correto é fundamental. Não jogue restos de herbicida em rios ou lagos. Siga as instruções do rótulo para descartar de forma segura qualquer produto não utilizado e os equipamentos usados.
Registros
Manter um registro detalhado de cada aplicação é uma boa prática. Anote a data, o produto usado, a dosagem e a área tratada. Isso não só ajuda em futuras aplicações, também é importante no cumprimento com regulamentos locais ou federais.
Seguir esses passos com atenção garante um uso eficaz e seguro de herbicidas. Isso ajuda a manter suas pastagens livres de plantas daninhas e a maximizar a produtividade.
Impacto Ambiental: Uso Responsável de Herbicidas
Escolha do Produto
Opte por herbicidas que tenham menor impacto ambiental. Alguns produtos são formulados a fim de serem menos tóxicos a fauna e a flora.
Dosagem Correta
Use a menor dosagem eficaz minimiza o impacto ambiental. Mais produto não significa melhor resultado e pode prejudicar o solo e a água.
A calibração do pulverizador é um passo crucial no uso eficaz e ambientalmente seguro de herbicidas. Um equipamento mal calibrado pode liberar mais produto do que o necessário, o que não só é um desperdício como também aumenta o risco de contaminação do solo e da água.
Teste de Vazão: Antes de usar, faça um teste a fim de saber quanto líquido o pulverizador libera em um minuto. Isso ajuda a ajustar a velocidade de aplicação.
Verificação de Bicos: Certifique-se de que os bicos do pulverizador estão em bom estado. Bicos desgastados liberam gotas irregulares e aumentam o risco de deriva.
Ajuste de Pressão: A pressão correta garante que o herbicida seja aplicado de forma uniforme. Pressão alta demais pode causar deriva, enquanto pressão baixa pode resultar em aplicação inadequada.
Teste de Campo: Faça um teste em uma área pequena a fim de verificar a precisão. Ajuste as configurações conforme necessário antes de prosseguir com a aplicação completa.
Zonas de Proteção
Criar zonas de proteção é vital na minimização do impacto ambiental, especialmente perto de corpos d’água, áreas de vegetação nativa ou habitats de animais.
Identificação de Áreas Sensíveis: O primeiro passo é identificar áreas que precisam de proteção. Isso pode incluir lagos, rios, áreas de vegetação densa e habitats de espécies protegidas.
Distância de Segurança: Estabeleça uma distância de segurança entre a área que será tratada e a zona de proteção. A distância pode variar dependendo do herbicida usado e das condições climáticas.
Barreiras Físicas: Use barreiras como cercas ou faixas de vegetação na demarcação da zona de proteção. Isso serve como um lembrete visual durante a aplicação.
Sinalização: Coloque placas ou fitas que indiquem que aquela é uma zona de proteção. Isso ajuda a evitar erros durante a aplicação.
Monitoramento: Após a aplicação, monitore as zonas de proteção e qualquer sinal de contaminação. Isso pode incluir testes de água ou observação de fauna e flora.
Horário de Aplicação
Aplicar o herbicida no horário certo do dia pode reduzir o impacto ambiental. Evite os horários em que animais estão mais ativos.
Monitoramento
Depois da aplicação, monitore o local e qualquer sinal de impacto ambiental. Isso inclui testar o solo e a água próximos à área tratada.
Descarte Responsável
Siga as diretrizes a fim de descartar de forma segura os restos de herbicida e os equipamentos usados. Isso evita a contaminação do solo e da água.
Educação e Treinamento
Conhecer as melhores práticas e estar atualizado sobre novas técnicas pode ajudar a minimizar o impacto ambiental. Considere treinamentos e consultas com especialistas.
Usar herbicidas de forma responsável é crucial para minimizar o impacto ambiental. Seguir essas diretrizes ajuda a proteger o ambiente enquanto controla as plantas daninhas de forma eficaz.
Conclusão
O controle de plantas daninhas em pastagens é uma questão crítica aos produtores. Herbicidas são uma ferramenta eficaz, o uso responsável é vital e alinhado as práticas agrícolas com os princípios ESG (Ambiental, Social e Governança). A calibração precisa do equipamento e a criação de zonas de proteção são passos importantes a fim de minimizar o impacto ambiental, um dos pilares do ESG.
Ao adotar essas melhores práticas mantêm suas pastagens saudáveis e produtivas e também contribuem com a sustentabilidade e a responsabilidade social. Este investimento em controle e prevenção não apenas eleva a produtividade, também previne custos futuros com reformas e tratamentos. É, portanto, uma estratégia empresarial sólida que beneficia tanto o negócio quanto o ambiente.
Autores
Vivo a pecuária desde que nasci. Já fui monitor do curso Especialização em Nutrição de Ruminantes e Pastagens da ESALQ/USP durante dois anos e meio, trabalhei com consultoria técnica, empreendedorismo, mercado e inovação na pecuária de corte. Hoje atuo no fomento e disseminação de informações úteis e relevantes, com foco no lucro sustentável para o produtor rural.
É zootecnista e mestre pela UFSM, doutor, em zootecnia, pela UNESP de Jaboticabal. Gestor do projeto Serviços Ecossistêmicos (Nutripura) e pesquisador na Koneksi Agro (KONECTPASTO) e professor do programa de pós-graduação em Agricultura de Precisão da FAZU (Uberaba – MG), sendo especialista em forragicultura e gases do efeito estufa. Atualmente, reside no Mato Grosso, com todos os projetos voltados a intensificação da produção de bovinos de corte e mitigação de impacto ambiental.